segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

sobre se sentir só...

Eu sou o tipo de pessoa que parece nunca estar só.
Sou de uma família enorme, meus pais incentivaram todos os tipos de atividades para que eu e meus irmãos tivéssemos contatos com outras crianças, outros adolescentes, outras pessoas.
Curitiba foi uma cidade pequena - e eu cresci com o seu crescimento.
Então quando era menina - e aumentava o meu circulo de amizades - ficava toda faceira por conhecerem meus avós e meus pais e ser de uma "família de bem".
Na verdade, a medida que o tempo foi passando - fui aprendendo que os interesses das pessoas pela vida e pelo mundo são tão diferentes quanto elas mesmas; e aí, eu também fui me percebendo muito diferente. Isso me deixava triste. Me fazia sentir só.
Queria ser como todo mundo! Queria casar, ter filhos, trabalhar. Ponto.
Puxa vida: trabalhar eu consegui. Não em grandes empresas - não no governo - não fazendo tropas de amigos... Trabalho sozinha. Tem o seu glamour... Mas não era a vida que eu invejava.
Essa vida de estar só no trabalho e não ter um parceiro pra dividir a vida era algo que eu nunca pensei, mas que eu vivo então... Não tenho marido nem filhos, nem aquela casa grande com um jardim lindo. Vivo num espaço pequeno, entulhado de coisas: livros, roupas, acessórios e tudo o mais que uma adolescente adoraria ter. Tenho uma conta no banco, há mais de 20 anos. Cartão de crédito. O nome limpo na praça. Tenho liberdade total de ir e vir. Mas tenho consciência. E essa consciência é o meu juiz: que me diz a hora de acordar, arrumar as coisas e ir pro trabalho - estudar ou o que seja. Essa consciência é muito mais rígida do que os pais que eu tive...
Nunca lagarteei a vontade, nem bebi até passar do ponto ou  me joguei na vida.
Não: "tu deves ser uma boa filha: uma boa menina: honesta!" E esse imperativo me limita um tanto a liberdade que o mundo me oferece. Boa noite!

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