Eu, infelizmente estive apaixonada - 3 vezes na vida.
A primeira por um homem maravilhoso que morreu.
A segunda por um homem maravilhoso que não ficou comigo.
A terceira por um homem maravilhoso que ainda estou conhecendo...
O que importa é que as duas primeiras - foram dois relacionamentos - na entrada da vida adulta que me marcaram muito: e o mais engraçado é que demorou 12 anos para eu me apaixonar de novo. E desta vez que sei o quanto isso é raro - trato com a delicadeza de quem está frente a uma pedra preciosa... Mas isso é outra história.
Hoje - voltei para academia depois de algum tempo - fiquei 8 anos sem frequentar - depois de encerrar com o meu segundo grande amor. Todas as pessoas em comum frequentavam esse lugar e para mim era penoso olhar para qualquer uma delas. O olhar me perguntando por quê não estavamos juntos mais me condenava: eu tinha terminado - ele era infantil e eu não tive maturidade para esperar que ele crescesse. Me arrependi por ser orgulhosa e nunca voltar atrás por muitos anos - mesmo que não tivesse a idéia clara: amor próprio também cega e só sabia de um mal-estar - tinha esse mal estar que me deixava com vergonha. Na época acreditava que a vergonha era dos outros, hoje sei que a vergonha era de mim. De ser tão orgulhosa. Mas aí está a graça da juventude, ter a coragem de tomar decisões e se agarrar a elas com toda a energia do mundo: e a minha foi terminar aquele relacionamento com o homem da minha vida. Enfim...
Voltando a academia, hoje encontrei muitos amigos dele: desse "ex", aos quais - 12 anos depois - posso tratar com naturalidade e até uma alegria, afinal, foram meus amigos de infância e adolescência e fazem parte da constituição da minha história.
Fiquei pensando comigo, sorrindo ainda: "já não sou jovem, mas eles ainda me olham com o olhar de admiração da juventude - mas eles também não são mais jovens... essa coisa do corpo envelhecer e o espirito permanecer assim, tão lívido, é algo que chega a dar uma sensação de loucura... mas, isso é bom: ainda sou uma mulher bonita - desejável..."
E vim pela rua feliz, sorrindo como uma adolescente, afinal de contas, nesses meus anos de "reclusão"(onde me dediquei a formação científica e ao trabalho) não tive outros homens: vivi um "claustro"- quase como um castigo de ter negado a oportunidade de amar que a vida tinha me oferecido: e isso me fez sentir feia, feia e má. Acredito que o frescor da maturidade e o esquecimento das pessoas que eu era "a mulher do dr. Fulano" me fez sentir uma mulher bonita mais uma vez.
Sem a culpa de ter desprezado o melhor da vida: a possibilidade de estar apaixonada, amando - a mando do coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário