domingo, 6 de janeiro de 2013

sobre pessoas que trabalham prá você...

... hoje cheguei na portaria do prédio a 01 da manhã.
Sim - um amigo veio jantar aqui em casa, e saímos as 23 h - tomamos um chope aqui do lado, e depois de conversarmos sobre natal, ano novo e o que aconteceu neste final de ano, ele me trouxe até em casa - pegou um taxi e ao entrar - surpresa: uma "ex" faxineira do prédio está cobrindo a folga do porteiro da noite. Não foi a primeira vez que a encontrei na portaria cobrindo folgas, mas hoje resolvi sentar no sofá e trocar um dedinho de prosa.
Gosto muito de conversar com pessoas simples - de pouca instrução universitária. Dessas que nem fazem idéia do que é "alma mater." Me faz admirar o ser humano em sua essência: pois essas pessoas simples - mas que trabalharam muito e ainda trabalham - ficam a espreita.
Explico - essas pessoas tem a chance de observar as pessoas complexas que vão a alma mater. e se formam doutores e - com uma sensibilidade impar, que a vida confere - elas podem falar claramente sobre problemas que muitos levariam meses, anos para localizar.
Essas pessoas simples, não complicam no raciocínio, pois não se perdem em longas tramas mentais. Tramas mentais complexas de hipóteses e possibilidades bebidas na alma mater. Essas pessoas simples são conectadas no próprio afeto e apegadas a isso que a vida tão generosamente oferece de graça: algo instintivo - burilado pelo contorno das palavras - que vai direto e certeiro como uma flecha.
O afeto que parte do coração não erra, pois tem um sentido próprio: cheio de verdade humana.
E é isso que me emociona e me envolve nessas pessoas, que elas tem algo fundamental: tanto que vamos a doutores para recuperar e reviver: A CONECÇAO COM O AFETO.
Nos desenvolvemos tanto universitáriamente que perdemos a conecção com o nosso mais verdadeiro sentimento - porquê sim: as tramas mentais prendem o coração, o amarram, o apertam, o afogam, o sufocam, até o deixar um tanto débil - a ponto de precisarmos de ajuda de um especialista para podermos ser simples mais uma vez.
E aí, em contato com alguém assim, eu fiquei na portaria até 02h38... quando então me dei conta que era hora de subir prá dormir.

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